v. 35 n. 1 (2022): Revista ION
Artigos

Estudo Exploratório e Construção de Membranas Poliméricas de PLA e PMMA com Derivados Lignocelulósicos

LAMIA ZUNIGA LINAN
Universidade Federal do Maranhão; Departamento de Engenharia Química
Denilson Moreira Santos, Dr.
Curso de Design; Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Av. dos Portugueses 1966, Bacanga – CEP 65080-805, São Luís –MA - Brasil
José Roberto Rodrígues, Dr.
Departamento de Engenharia Química; Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Av. dos Portugueses 1966, Bacanga – CEP 65080-805, São Luís –MA - Brasil

Publicado 2022-10-28

Palavras-chave

  • Membranas poliméricas,
  • Cargas lignocelulósicas,
  • Propriedades mecânicas,
  • Biodegradabilidade

Como Citar

LINAN, L. Z., Moreira Santos, D., & Roberto Rodrígues, J. (2022). Estudo Exploratório e Construção de Membranas Poliméricas de PLA e PMMA com Derivados Lignocelulósicos . REVISTA ION, 35(1), 43–66. https://doi.org/10.18273/revion.v35n1-2022004

Resumo

No Brasil, quantidades elevadas de biomassa residual, como os bagaços de cana-de-açúcar e do açaí são geradas, como resultado a produção de etanol e consumo da fruta de açaí. Assim, estudos aprofundados sobre o aproveitamento destes resíduos são relevantes, quando se considera o impacto ambiental gerado pelo destino inapropriado deles. Neste trabalho, foram construídas e avaliadas membranas de Polimetacrilato de Metila (PMMA) e Poliácido Láctico (PLA) com cargas lignocelulósicas como a fibra do caroço de açaí e a lignina do bagaço de cana-de-açúcar. As membranas foram construídas através da
moldagem por solução, introduzindo óleo de rícino como compatibilizante e, através dos testes de tração foram avaliadas as propriedades mecânica dos materiais. Em geral, nos casos do conjunto polímero/fibra, foi observado um aumento na porcentagem de absorção de umidade, comparado com o polímero puro, mantendo-se a resistência mecânica do polímero. Por outro lado, as membranas de polímero/lignina resultaram mais resistentes do que o polímero puro. O pré-tratamento alcalino da fibra teve um efeito positivo, possibilitando a maior introdução da fibra no conjunto, o que favoreceu a biodegradabilidade.
As imagens vistas desde o microscópio mostraram que as cargas nos compósitos se conservaram uniformemente distribuídas, ainda no ato da ruptura, indicando que a resistência mecânica do compósito se deveu ao efeito combinado da matriz e da carga.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. Yuyama LKO, Aguiar JPL, Filho DFS, Yuyama KMJ, Fávaro DIT, Vasconcellos MBA, et al. Caracterização físico-química do suco de açaí de Euterpe precatória mart. oriundo de diferentes ecossistemas amazônicos. Acta Amaz. 2011;41(4):545–52.
  2. Dos Santos TG, Oyama HAK, Amorim de Menezes AJE, Palha PM. Análise da produção e comercialização de açaí no estado do Pará, Brasil. Int. J. Dev. Res. 2020;10(4):35215–21.
  3. Cruz Pessoa JD, Arduin M, Martins MA, Urano De Carvalho E. Characterization of açaí (E. oleracea) fruits ans its processing residues. Braz. Arch. Biol. Technol. 2010;53(6):1451-60.
  4. Rowell RM, Han JS, Rowell JS.Characterizationand factors effecting fiber properties. Natural Polymers and Agrofibers Composites, São Carlos, 2000. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/237255433_Characterization_and_Factors_Effecting_Fiber_Properties.
  5. Lima Junior UM. Fibras de semente do açaizeiro (Euterpe oleracea mart.) avaliação quanto ao uso como reforço de compósitos fibrocimentícios. (dissertação de mestrado) Porto Alegre, Brasil: Pontifícia Universidade Católica de Rio Grande do Sul; 2007.
  6. Menezes FF. Caracterização do resíduo da hidrólise enzimática de bagaço de cana-deaçúcar e da lignina kraft lignoboost de eucalipto e de suas resinas fenólicas (tese doutorado) Campinas, Brasil: Universidade Estadual de Campinas; 2018.
  7. Tortola M, Cavalieri F, Mosesso P, Ciaffardini F, Melone F, Crestini C. Ultrasound driven assembly of lignin into microcapsules for store and delivery of hydrophobic molecules. Biomacromolecules. 2014;15:1634–43.
  8. Janković A, Eraković S, Ristoscu C, Mihailescu SN, Duta L, Visan A, et al. Structural and biological evaluation of lignin addition to simple and silver-doped hydroxyapatite thin films synthesized by matrix-assisted pulsed laser evaporation. J. Mater. Sci-Mater. M. 2015;26(1):5333-y.
  9. Kai D, Jiang S, Low Zw, Loh XJ. Engineering highly stretchable lignin-based electrospun nanofibers for potencial biomedical applications. J. Mater. Chem. B. 2015;3:6194-y.
  10. Pouteau C, Dole P, Cathala B, Averous L, Boquillon N. Antioxidant properties of lignin in polypropylene. Polym. Degrad. Stabil. 2003;81:9-18.
  11. Azadfar M, Gao AH, Bule MV, Chen SI. Structural characterization of lignin: a potential source of antioxidants guaiacol and 4 – vinylguaiacol. Int. J. Biol. Macromol. 2015;75:58-66.
  12. Morandim–Giannetti A, Agnelli JAM, Lancas BZ, Magnabosco R, Casarin SA, Bettini SHP. Lignin as additive in polypropylene/coir composites: thermal, mechanical and morphological properties. Carbohydr. Polym. 2012;87:2563–68.
  13. Domenek S, Louaifi A, Guinault A, Baumberger S. Potential of lignins as antioxidante additive inactive biodegradable packaging materials. J. Polym. Environ. 2013;21:692–701.
  14. Zuniga LL, Lima NMN, Tovar LP, Manenti F, Maciel Filho R, Wolf Maciel MR, et al. Pilotplant simulation, experimental campaign and rigorous modeling of a batch MMA polymerization reactor for the fabrication of bone tissue. Lockhart BID, Fairweather M, editors. England: Elsevier: 2012. p. 1352-56.
  15. Reffinatti D, Sonzogni A, Manenti F, Lima NMM, Zuniga Linan L, Maciel Filho R. Modeling and simulation of Poly(L-Lactide) polymerization in batch reactor. Chem. Eng. Trans. 2014;37:691-96.
  16. Brito PR De O. Perfis de polietileno reciclado, recarregado com fibra de açaí (dissertação de Mestrado) Belém, Brasil: Universidade Federal do Pará; 2012.
  17. Chacón C, Sabino M, Perez N. Síntesis y caracterización de hidrogeles interpenetrados en base a acrilamida usando lignina como fase interpenetrada. Rev. Latinoam. de Metal. y Mater. 2011;S3:24-25.
  18. Wang L, Tong Z, Ingram LO, Cheng Q, Matthews S. Green composites of Poly (lactic acid) and sugarcane bagasse residues from Bio-refinery processes. J. Polym. Environ. 2013;21:780-88.
  19. Poletto M. Compósitos termoplásticos com madeira – uma breve revisão. Revista interdisciplinar de Ciência Aplicada. 2017;2(4):42-48.
  20. Oliveira DC. Biocompósitos a partir de “polietileno verde”, óleos vegetais, macro e nano fibras de curauá (tesis doutorado) São Carlos, Brasil: Universidade de São Paulo; 2014.
  21. Huang HX, Zhang JJ. Effects of filler and polymer-filler interactions on rheological and mechanical properties of HDPEwood composites. J. Appl. Polym. Sci. 2009;111:2806-12.
  22. Poletto M, Zattera AJ, Santana RMC. Effect of natural oils on the thermal stability and degradation kinetics of recycled polypropylene wood flour composites. Polym. Compos. 2014;1935-42.
  23. Kabir MM, Wang H, Lau KT, Cardona F. Chemical treatments on plant-based natural fibre reinforced polymer composites: An overview. Compos. B. Eng. 2012;43:2883–92.
  24. Mahjoub R, Yatim JM, Sam ARM, Hashemi SH., Tensile properties of kenaf fiber due to various conditions of chemical fiber surface modifications. Constr. Build. Mater. 2014;55:103-113.
  25. Zuniga LL, Lima NMN, Maciel Filho R, Sabino MA, Kozlowski MT, Manenti F. Pilotscale synthesis and rheological assessment of poly(methyl methacrylate) polymers: Perspectives for medical application. Mater. Sci. Eng. C. Mater Biol Appl. 2015;51:107-16.
  26. Gehlen LR. Efeito da utilização de fibras lignocelulósicas (acaí e carauá) em compósitos com matriz de resina poliéster insaturado. (dissertação de mestrado) Curitiba, Brasil: Universidade Federal do Paraná; 2014.
  27. Zuniga LL, Lima NMN, Menezes FF, Maciel Filho R, Bartoli JR. Determination of the appropriated composition of the blends poly(lactic acid)/poly(methyl methacrylate) for the construction of scaffolds. Rheology and statistical assessment. In: Zinani F, editor. VIII Brazilian conference on rheology; 2018 Jun 18-20; São Leopoldo-RS, Brasil; 2018. p. 1352-56.
  28. Barros NBD, Spacino SI, Bruns RE. Como fazer experimentos: Pesquisa desenvolvimento na ciência e na indústria. Brasil: UNICAMP; 2003.
  29. ASTM International. Standard test method for moisture absorption properties and equilibrium conditioning of polymer matrix composite materials. ASTM D5229/D229M-14. Estados Unidos; 2014.
  30. International Organization for Standardization. Plastic – Determination of tensile properties. Part 5: Test conditions for unidirectional fibre-reinforce plastic composites. ISO 527-5: 2009(E). Suiça; 2009.
  31. British Standard. Plastic-Determination of tensile properties. Part 5: Test conditions for films and sheets. BS EN ISO 527-3: 1996. Inglaterra; 2009.
  32. De Lemos AL, Martins R. Desenvolvimento e caracterização de compósitos à base de poli(ácido láctico) e fibras naturais. Polímeros. 2014;24(2):190-197.
  33. Agrawal P, Araujo EM, Meio TJA. Reometria de torque, propriedades mecânicas e morfologia de blendas compatibilizadas de PA6/PEAD. Polímeros. 2008;18(2):152-157.
  34. Barreto AC, Costa MM, Sombra ASB, Rosa DS, Nascimento RF, Mazetto SE, et al. Chemically modified banana fiber: structure, dielectrical properties and biodegradability. J. Polym. Environ. 2010;18:523-531.
  35. Wang W, Sain M, Cooper PA. Study of moisture absorption in natural fiber plastic composites. Compos. Sci. Technol. 2006;66(3):379-86.
  36. Megiatto Jr JD. Fibras de sisal: estudo de propriedades e modificações químicas visando aplicações em compósitos de matriz fenólica (tese de doutorado) São Carlos, Brasil: Universidade de São Paulo; 2006.
  37. Sanchez SEM, Cavani CS, Leal CV, Sanchez CG. Compósito de resina de poliéster insaturado com bagaço de cana-de-açúcar: influência do tratamento das fibras nas propriedades. Polímeros. 2010;20(3):194-200.
  38. Martins MA, Pessoa JDC, Gonçalves PS, Souza FI, Mattosso LHC. Thermal and mechanical properties of the acai fiber/natural rubber composites. J. Mater. Sci. 2008;43:6531-38.