Published 2024-07-22
Keywords
- chronic loneliness,
- body feelings,
- traumatic events,
- self-concept,
- emotions
- communication,
- psychology,
- social isolation,
- philosophy medical,
- qualitative research ...More
How to Cite
Copyright (c) 2024 Revista Filosofía UIS
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Abstract
a solidão tem sido descrita na literatura filosófica recente como uma emoção que envolve uma atitude de aprovação em relação a certos bens sociais, como companhia ou intimidade, juntamente com a consciência de sua temporária ou permanente inacessibilidade. Tal caracterização revela que a solidão é uma emoção essencialmente ligada à interação social, uma reação dolorosa à ausência de bens sociais. Neste artigo, buscamos demonstrar a existência de uma forma de solidão que pode ser chamada de solidão crônica. A solidão crônica não envolve centralmente a falta de envolvimento social, tal como tem sido usualmente defendido. Tal forma de solidão tem como atributos fundamentais uma dolorosa experiência intrapessoal de autoabsorção e uma sensação de distanciamento e não-pertencimento ao mundo. Tal forma de solidão pode ser descrita não como uma emoção, mas como uma atmosfera afetiva —uma forma afetiva psicopatológica abrangente e de profundo significado moral em virtude do sofrimento emocional e existencial que provoca em seus portadores. Nesse artigo, oferecemos uma caracterização da estrutura da experiência corporal e da experiência de si na solidão crônica. Procuramos mostrar que, como uma atmosfera afetiva abrangente, a solidão crônica afeta nossa inserção corporificada no mundo e a experiência de si- o mundo passa a aparecer como distante, não-envolvente e, no domínio do self, a experiência é marcada por autoabsorção. Com ajuda de textos filosóficos, literários e estudos empíricos, argumentamos que essa sensação é vivenciada em contextos de eventos disruptivos, como a pandemia e na síndrome de estresse pós-traumático.
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