Publicado 2025-01-21
Palavras-chave
- eros,
- psicopolítica,
- violência,
- positividade,
- negatividade
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Resumo
O artigo analisa o erotismo como via de resistência à psicopolítica, sistema hegemônico de nosso tempo, segundo o filósofo sul-coreano, Byung-Chul Han. Esse modelo de organização social escraviza os indivíduos utilizando-se de um comando positivado dos comportamentos. Com isso, supera a tirania negativada do poder disciplinar vigente no século passado. O neoliberalismo do século XXI ordena, por estímulos afirmativos, que cada indivíduo se empreenda como um ‘eu-projeto’ por meio de três formas de controle psíquico-emocional que, na verdade, fazem-se modos violentos de poder: a ditadura da transparência; o inferno do igual; a coação da liberdade opressora. Para o filósofo, eros é uma importante força transgressora capaz de interditar a truculência dessas violações, fazendo com que o ‘sujeito-nós’, eroticamente retomado, reacenda na sociedade a capacidade do laço e da mutualidade por meio do êxodo de si rumo ao outro. Contudo, o artigo também indaga até que ponto tal teoria consegue dar resposta à violência negativada do capitalismo colonial, sinônimo de assolamento e destruição da alteridade, ainda tão arraigado e atuante no contemporâneo.
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