Medo da morte e do seu processo em pediatria durante a pandemia COVID-19

Resumo

Introdução: a evidência obtida em estudos prévios indica que existe maior ansiedade pelo processo de morrer do que pela própria morte, embora falte mais pesquisa. Objetivo: analisar o medo à morte e ao processo de morrer próprio e de outros no serviço de pediatria do Hospital Pablo Tobón Uribe. Metodologia: foi realizado um estudo analítico transversal com a Escala do Medo da Morte de Collett-Lester em 143 pessoas: 25,2 % pediatras gerais e subespecialistas, 70,6 % enfermeiros e auxiliares e 4,2 % terapeutas respiratórios. A análise incluiu estatísticas descritivas, testes de Chi2, U de Mann-Whitney, Fisher, T de Student, ANOVA e o Alfa de Cronbach. Resultados: as conclusões do estudo sugerem que é menor o medo da própria morte do que o medo da morte de outros, e não há diferença entre o medo do processo de morrer próprio e de outros. É maior o medo da morte em enfermeiras profissionais e menor em pediatras especialistas. Existe maior medo da morte no serviço de UCI-UCE (média: 3,53 DS: 0,88) comparado com emergências (média: 2,66 DS: 0,59). Há associação entre o medo da morte com: o sexo feminino (p = 0,000), ter uma crença religiosa (p = 0,048), e o cargo (p = 0,007). A escala teve alta confiabilidade (Alfa de Cronbach: 0,95). Discussão: é de salientar que este estudo foi realizado durante o segundo ano da pandemia do COVID-19, quando havia menos medo, maior conhecimento e vacinas, cujos resultados correspondem a outros estudos. Conclusão: no presente estudo o maior medo da morte associou-se com ser mulher, ter crença religiosa e trabalhar na UCI-UCE comparado com urgências.